PAIXÃO PRISIONEIRA
Eu te coloco pra dentro
Regurgito-te
Calo-te na garganta
Eu grito
Eu te balanço
Emprenho-te tu danças
Tu inchas
Esguichas mansa
Feito bicho preguiça
Abro tua cicatriz
Sempre aberta
Como uma serpentina meretriz
Falas mal de mim eu sei
Os presentes com facilidade
Conseguem arrancar a dos ausentes a raiz
Não permitirei que no preâmbulo
Das minhas emoções
O nó cego asfixie minha cabeça
Melhor é cortar a capa do livro
Trocar suas nuances
Quebrar as correntes
Sumir das vertentes
Falando a verdade
Na profundidade de um olhar
Tomando um vinho naturalmente
E continuar com o truque da mágica
Tudo neste caminho é elusivo
Desviando a atenção dos presentes
Mais deixando o conteúdo das letras
Sempre de bom grado
Como pasto
Composto que sem o querermos
Sempre cresce
É como coração da gente
Que canta mais altissonante
Quando está preso dentro de alguém
E o que chamam de prisão
Pra ele é um doce lar
As grades de sua paixão...