PAIXÃO PRISIONEIRA

Eu te coloco pra dentro

Regurgito-te

Calo-te na garganta

Eu grito

Eu te balanço

Emprenho-te tu danças

Tu inchas

Esguichas mansa

Feito bicho preguiça

Abro tua cicatriz

Sempre aberta

Como uma serpentina meretriz

Falas mal de mim eu sei

Os presentes com facilidade

Conseguem arrancar a dos ausentes a raiz

Não permitirei que no preâmbulo

Das minhas emoções

O nó cego asfixie minha cabeça

Melhor é cortar a capa do livro

Trocar suas nuances

Quebrar as correntes

Sumir das vertentes

Falando a verdade

Na profundidade de um olhar

Tomando um vinho naturalmente

E continuar com o truque da mágica

Tudo neste caminho é elusivo

Desviando a atenção dos presentes

Mais deixando o conteúdo das letras

Sempre de bom grado

Como pasto

Composto que sem o querermos

Sempre cresce

É como coração da gente

Que canta mais altissonante

Quando está preso dentro de alguém

E o que chamam de prisão

Pra ele é um doce lar

As grades de sua paixão...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 11/09/2012
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