DESERTO

Levar-te-ia através do deserto

buscando desvendar mistérios escondidos sob o chão.

Quando o sol reverberasse sobre as areias escaldantes

e quando a noite profunda gelasse o ar,

sentar-me-ia a teu lado

e contar-te-ia, em voz baixa, segredos

que adormecessem os teus medos e te fizessem despertar.

Falar-te-ia dos pescadores de pérolas do Ceilão;

de vulcões submersos, que agitam o fundo dos mares;

de bandos de aves, vindas de estranhos lugares

e de homens que deram suas vidas por um sonho.

Revelaria minhas dúvidas,

confessaria pecados,

inventaria inimaginados sons

e a ti confiaria uma rara descoberta que fiz.

Tu estarias sempre contente,

caminharias lentamente durante o entardecer.

Sorririas da minha ingenuidade,

dirias que sou tola e crédula,

que não estou pronta para o mundo

e o mundo não está pronto para mim.

Tu beijarias os meus olhos

e eu, eu beijaria as tuas mãos.

LuciaArmenioLeal
Enviado por LuciaArmenioLeal em 11/09/2012
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