Expectativa

Cada palavra do homem

Situa-se em um ambiente,

Em uma história,

Em um sentimento.

A contemporaneidade

Deixa-nos vazios,

Como o lácteo...

Com buracos expostos.

Uma ferida mal cicatrizada

Que dói constantemente,

E só é aliviada

Quando utilizamos alucinógenos.

Que disfarçam e interrompem

A vibração da dor emitida

Ao cérebro confuso,

Amedrontado.

É o medo que tenho

Da sensação do amor,

Que seja um remédio,

Que perde a potência ao passar dos tempos.

Você se sente confortada,

Completa e amada.

Nas nuvens de algodão doce,

Feitos de açúcar.

Produto no qual

Foi extraído, na história,

Pela dor de muita gente,

No contexto do capitalismo enganação.

É uma base arisca,

Consumida a cada segundo

Pela dúvida,

Pela fobia sentimental.

Então que vivamos

Intensamente, sem pensar,

Em nenhuma consequência,

Sem eloquência.

Vivamos com carinho...

E calma,

Pois quem é que sabe

Se esses tempos voltarão?

O momento daquele beijo

Que só o silêncio da noite

Pode descrever

Ou esconder.

E o nosso coração,

Que mesmo assustado

Bate com alegria

E brilho, no peito.

O que a distância separa,

A alma une

E nutre a esperança

De um final feliz.

Pamela Faria
Enviado por Pamela Faria em 11/09/2012
Código do texto: T3876996
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