Expectativa
Cada palavra do homem
Situa-se em um ambiente,
Em uma história,
Em um sentimento.
A contemporaneidade
Deixa-nos vazios,
Como o lácteo...
Com buracos expostos.
Uma ferida mal cicatrizada
Que dói constantemente,
E só é aliviada
Quando utilizamos alucinógenos.
Que disfarçam e interrompem
A vibração da dor emitida
Ao cérebro confuso,
Amedrontado.
É o medo que tenho
Da sensação do amor,
Que seja um remédio,
Que perde a potência ao passar dos tempos.
Você se sente confortada,
Completa e amada.
Nas nuvens de algodão doce,
Feitos de açúcar.
Produto no qual
Foi extraído, na história,
Pela dor de muita gente,
No contexto do capitalismo enganação.
É uma base arisca,
Consumida a cada segundo
Pela dúvida,
Pela fobia sentimental.
Então que vivamos
Intensamente, sem pensar,
Em nenhuma consequência,
Sem eloquência.
Vivamos com carinho...
E calma,
Pois quem é que sabe
Se esses tempos voltarão?
O momento daquele beijo
Que só o silêncio da noite
Pode descrever
Ou esconder.
E o nosso coração,
Que mesmo assustado
Bate com alegria
E brilho, no peito.
O que a distância separa,
A alma une
E nutre a esperança
De um final feliz.