VERSOS BRANCOS
Escrevi uns versos com relevo e vigor
nas camadas insípidas da neve branca,
onde fiz menção do teu nome para que não me
sentisse tão sozinho.
Por breve momento, ali permaneci como
como se estivesse cultuando tua ausência
tal qual, como os gregos cultuavam
os deuses do Olimpo.
Súbito, na hora suave do morrer do dia uma
radiante massa de neve desceu rápida e
violentamente pela encosta das altas montanhas,
ocultando o teu nome entalhado no gelo.
Aflito deixei no momento abater ainda mais minha
cabeça para chorar sem ter qualquer pejo, pois
o teu nome ali soterrado ofereceu-me mais
desânimo e tristeza.
Como as nuvens que passam o tempo também
passou e a lembrança, bem esta permaneceu
e o teu nome continua a transluzir toda a beleza
que conheci muito mais agora, depois que teus cabelos
embranqueceram como os meus que mais parecem flocos de neve.