Ranhuras

Desbravei o terreno insólito e arenoso de mi’ alma aprisionada...

Ainda há pouco sentir na pele, o frio insólito da solidão soprar a meu favor...

Porém, o que me conforta é saber que com o Sol de setembro, a primavera vem tingir os prados de uma certa beleza inconfundível em que os olhos não se acostuma e não se cansam de olhar...

Qual imagem refletida no espelho d’água, o semblante a sorrir para o milagre acontecido...

E no meu deslumbramento, em saber que minha alma não é pequena... Veloz a correr pelos campos a procura do vento que pra longe se foi...

E assim, a perseguir meus sonhos, atravesso rios de águas que se desaguam em oceanos, do meu olhar a esperar pela volta que não tarda... Ou nunca vai chegar...

E ao som de várias canções em múltiplos clarins elevo meu pensamento, aspirando o cheiro de jasmins...

No meu corpo marcas que ficaram e que o espelho se nega a mostrar e se esconde com minha imagem refletida... E dos meus olhos caem lágrimas sentidas, por não saber onde anda a minha imagem ainda há pouco invertida sem marcas... (Até o espelho teve dó de mim)...

As ranhuras que ganhei ao longo do tempo, lembram-me do quanto te amei...

Ficaram em mim, mas o espelho as escondeu...

Agora só resta a lembrança do amor que teima em florescer, mas que em teu jardim, há muito tempo já morreu...

val cunha
Enviado por val cunha em 11/09/2012
Reeditado em 11/09/2012
Código do texto: T3876883
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