AMOR NÃO MORRE
Nem tudo tem haver
Como nem tudo tem que se rever
Somos reféns
E escravos de nós mesmos
Os crucificados
Os rebelados
Os nãos revelados
Os expostos
Os depósitos
Os expositores
Os seus doutorados
Os seus indultos
Os matutos
Os ausculto
Os adubos
Céus de centelhas
Estrelados com suas telhas
As centelhas do sol
Controlando as suas veias
O mundo controlando
O submundo
O sutil
O retrátil
O retrato
O projétil mutilado
O corpo morto condecorado
O político descorado
Eita mundo que não pensa
Eita mundo descompensado!
O amor este sentimento nobre
Está mais pobre
Tardia traição
É vespeiro sem ferrão
É palavra de contramão
É ambição desenfreada
É ato sem contrição
O amor é um sentimento nobre
Está mais ateu
Esta sem hímen
Está sem tálamo sem o himeneu
Perdeu seu apogeu
De você perdi meu eu
Amor é um sentimento nobre
A multidão de pecados a terra cobre
É ave fugitiva
É flor furtiva
Palavras são moedas trocadas
É conversão
Conversação de letras
Voláteis de asas fúteis
Que se arrulham em outros braços
E nos ares se remoinham
Amor é um sentimento nobre
Deveriam se unir como os troncos
Nos meses da primavera
Hoje é pura ilusão
É tolice e quimera
O sentimento é o esquecimento de retina
Dobra-se a esquina e já é tudo papel queimado
Outros corações já se juntaram
Mesmo de olhos fechados
Amor indefinido
Pelo amor de Deus
Onde anda o amor
Ainda que arda na carne
O que o espírito não possa transpor
Eu assim mesmo te amo meu indefinido amor...