Surtos do Amor

Não entendo. Não pretendo também; só falo

O que vejo, atentando para os ínfimos,

Sentimentos, amores, todos, íntimos,

Contemplo corrosões que nem em abalo,

Abalam a pérola em sorridente estado; poesia;

Tolo - ! - que estrondou tal e completa fantasia.

Face sorridente; pelo que só gosto de lembrar,

É verdade, conclusão de alegria; rara, porém

Em desagrado, que desponta de todo desdém,

Nesses amores que derribam o que caído há,

Para que sujo o mouro caído, a frente,

E que grite após ilusão; estridente!

Maldita esperança, e bela, que sorrir-se-á,

Aos momentos que ele te fizer doer, e amar,

Enquanto tolo poeta, nada almeja, só a olhar,

Glamurosa e insubmissa dama, ajoelhe-se-á,

Para chorar, clamar, pedir; depois sorrir,

E alegrar; encher os olhos de quem vejo ruir!

E com que pose fico? Em estado de graça, em vão,

Peço aos deuses do amor, todos presentes,

Nessa cerimônia de sofrimentos iminentes,

Que te defendam dos impulsos confusos do coração,

E protejam tal qual inspirou, em único dia, esse improviso;

Esse belo ato, de completo, vislumbrante; sorriso.