Voa pomba!!
Voa pomba, voa!
Não precisas retornar.
Quero ficar só, á toa,
Num saboroso relembrar.
Tua face é meiga, pura,
És ser fluído, sem igual.
Mas tens a sina da loucura,
O que procuras é abissal.
Eu sou raso, limitado,
Esse amor já me bastou.
Voe, procure noutro amado
O que aqui não encontrou.
Degusto, agora findo,
O que foi apenas germinal.
Ofertar-lhe meu amor não poderia,
A equação se faz igual.
Fico com as lembranças, os vestígios,
Leves de mim algo proporcional.
Afastemos a mentira, para que suplício?
Sem promessas de amor eternal.