Poesia úmida

Quero fazer uma poesia úmida,

Sem lamentações parasitas, e frias,

Somente versos, sem troncos esbarrando.

Nas alucinações aquáticas, nem flores gemendo,

Nas terras das borboletas coloridas,

Somente uma poesia nua, crua, sem folhas caindo,

Os pés galgando lentamente a busca dos pensamentos,

Somente beijar a vida como se quisesse fecunda-la, sem lamentações,

Nem lírios, nem cactos parasitas assolando a mente angustiosa,

Só uma simples e fecunda poesia abstrata, com lírios inermes.

Abraçando orquídeas em um lastimoso desespero mundano