Película.
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foi só de mergulhos
dos pés às pontas
nesse corpo de beb-er er-ros,
de mergulhar pedaços do mundo insano
na carne in-sana.
os mamilos afogados
estão para germinar
num gole de espera:
a extre mar o amor.
pra molhar extrema-idades
maculadas, loucas, eu deito fora
o medo
e aninho dentro
a vontade de súbitos
abs-mares.
luvas de pelica cobrem mãos que
tateiam e bebem esse golpe em duplo cálice.
orgia entre palavras que só dizem sempre
- “não”?!
“Não?" Não!
Seja minha prenda,
minha segunda pele,
meu último en-canto,
meu quintal,
minha queima,
e me a-prenda...
por que preciso me armar-de-ilhas?
para tocá-lo o nu
entre meus seios
guardados só para intentos
e fins tão mal ditos
eu te preciso como nunca!
mas eis que o Tempo,
o tempo que é Corpo
é corte,
é gula, cega,
engole a vida de Cronos,
- engole adornos de comunhão:
minha pele nua em riste
é frágil, tão frágil,
do frágil
é onde amornando vou
o céu e a boca,
da boca
seguem livres
entre mãos, minhas mãos
de papel, entre o sal da rotina,
o suor de sua marcha!
molhando a trilha
na rua que segue em riscos
a calcinha
molha as horas,
meus dedos
de pelica
- de sentir
piedade -
tecem solidão
e o íntimo
na super face
trans-borda
trans-forma
a superfície
da pele,
a película
na ponta da Língua...
Patrícia Porto