AMOR INOCENTE


Não, não vou,
lá, não irei,
tudo aqui furou,
qual erro não sei...
Disse que iria?
Esqueça o que dizia,
como, se nada falei...

Disse mesmo que ia,
se nada acontecesse,
mas não saiu a poesia,
antes que escurecesse...
Seu baile de fantasia,
só na mente existia,
se o poema não lesse...

Sonhos de criança?
Raras visões do luar,
olhando uma esperança
sobre as vagas do mar...
Causa me arrepio
ver o mundo tão vazio,
em seu triste olhar...

Na alma, um ardume,
que o coração ignora,
mas dói esse ciume,
qua para passar demora...
E o grito não solta
maltrata e revolta,
nem a lágrima, melhora...

Pensando num sumiço,
navegar por um deserto,
não fugirei desse feitiço,
ó verei sempre por perto...
Ouvirei pela vida, o sino,
desse olhar sou inquilino,
onde sinto me encoberto...

Quando a noite descia,
sera que já esqueceu?
Quando um poema lia,
que um coração escreveu,
Versos mal feitos,
cheios de defeitos,
qua alguem prometeu...

Seu baile, e só na mente,
hoje, não pode acontecer,
nosso amor e inocente,
nem sabemos, se vai crescer...
Está fria a madrugada,
sinto a cama tão gelada...
Espero o amanhecer...




GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/09/2012
Código do texto: T3868835
Classificação de conteúdo: seguro