Alma em devaneio
Águida Hettwer

Revendo imagens que se perderam ao longo do tempo,
Esculpi a letra no papel, embeveci-me de nostalgia,
Na dor que lentamente se esvai, doce magia,
Desflorando a insensatez do momento.

Atrás da porta, cenários de uma vida fascinam,
No silêncio da alma nua, permutando anseios,
Caiem os véus das fantasias, os sentimentos confrontam,
Abrem-se as cortinas, almas enroscadas em devaneios.

Desenhando no âmago, as cores singelas do amor,
Emoção incontida no olhar, de ternura infinda,
Num bailar de almas extasiadas em primor.

Ainda que os pensamentos me prendem ao passado,
Sentimentos pulsantes dedilham noutras esferas,
Procuro-te nos versos, além da atmosfera.


19.02.2007