Tempo, senhor dos amantes!
A espera é a maior punição do tempo
Esconde a pérola na prisão da ostra
Como se fora um jardim submerso
Além do alcance dos que se negam ao mergulho para enxergar
Imploro à ostra: cuide bem de sua pérola
Pois minha flor tem seu lugar eterno enraizada em meu coração,
Alimentando-se de minha alma
Como um parasita me busca de vida
Desejo abraçar-te, minha pérola, minha flor
Ajeitar teus cabelos negros por detrás da orelha
Observá-la por horas, na intenção de capturar teus pensamentos solitários e egoístas
Ouvir teu sussurro balbuciando bobagens e rir delas junto à tua mão escondendo a alegria
Suspirar tua beleza e admirar tua dúvida em aceitá-la
Beijar teu nariz e, em cafuné, acariciar teus cabelos
Amá-la a cada hora, minuto e segundo de minha existência
Haveremos de ter toda a infinidade para essa rotina
Por ora, nossas provas de resistência tornam-se insuportáveis
Mas só nos cabe aguardar a alforria do tempo