Galã
Não cores a fronte- a imagem,
Deste meu existir em galanteios
Sou o mestre da libertinagem,
Pálido vampiro dos virgens seios
Dou-lhe os prazeres inebriantes
Que ardem em leitos de prazer,
Na febre de paixões delirantes,
Ouvindo-as em sôfrego gemer!
Dê-me teu amor que essa sede
De afogar meus lábios sequiosos
Junto da virgem deitado a rede,
Faz os sonhos serem grandiosos!
Quem diria que esses anjinhos
De auréolas e véus intumescidos
Arfam nos desejos de carinhos,
Em seus sonhos tão adormecidos
Mas enfim quando acordar-te,
Verás senão esse teu leito frio,
Haveria eu então de lembrar-te
Que vago solitário como o rio?
No entanto, fui um conquistador
Embriagado pela ode de Satã,
Para as donzelas, deixo meu amor
Inefável como um pobre galã!