Lembra-te!
Lembra-te das carochinhas,
De nossas apaixonadas confissões
Teus lábios junto das minhas
O compassar dos nossos corações
Lembra-te das noites voláteis,
Teu corpo se abrasando ao meu,
Das palavras doces e tão amáveis
Ao escuro de um negro breu?
Lembra-te dos antigos saraus,
Da tua boca vinda mansamente
Nas trovas ouvidas pelas naus
Do teu seio róseo e inocente?
Lembra-te dos verões quentes
A sombra dos velhos jacarandás
Atracando esses corpos ardentes
Aos suspiros dos doces sabiás?
Lembra-te das minhas dolências
Dos folhetins de notas suspirosas
Quando cerrávamos as inocências
Nas manhãs cálidas e vaporosas
Lembra-te deste meu sonho
Daquilo que não levaste o rancor
Da poesia que por ti componho
Uma lágrima ardorosa em amor?