Semeando o Sentir

Logo ao chegar da noite

Meu olhar destina-se ao apreço da voz,

Incidindo do norte da letra acomodam-se

Sobre folha alva como o tecido que esvoaça,

Em notas e lamentos guiados pelo silêncio!

Embevecido pelo orar das estrelas,

Abro-me entre as marés que deixam na praia

Um que de cumplicidade, de relíquias etéreas,

Aquecendo a palavra que cala, embriaga,

Trazendo da pele o reflexo da luz!

Enquanto a madrugada não vem,

Bebo do vinho, do lábio em serenata,

A nudez do sentir mesclando unções

Deslizando pelo rosto, pelos passeios

Aveludados do peito inundado de preitos!

Em apelos ouvi o dobrar dos sinos

Anunciando a estação das cores,

Dos foles regendo o momento, o segredo

Revelando-se ao tocar das mãos semeando

Pel’alma o gosto de amar o amor!

03/09/2012

Porto Alegre - RS