Moldes complexos de uma noite qualquer
Busco minhas lonjuras,
Refaço minha trajetória
E sinto na derme de meus sonhos
O queimar dos raios solares
A moldar como se fosse ferro quente
As emoções da gente...
Das marteladas constantes
Da melodia da bigorna estampada dentro do peito
Ecoam pelos corredores mórbidos e tardios
Desencadeando calafrios
Nas espinhas desatentas
Dos que ali passavam
E doendo aos ouvidos
Dos que naquele lugar esperavam...
Os moldes já sem cor
Apagados pela ação nefasta e cândida do tempo
Que por trás de seu capuz esconde sua face
Desaglutina as retinas já cansadas
De olhar ao longe
Na espera da tão sonhada amada...
E no desespero que se apresenta
Padecem de enfermidades inexplicadas
Febres, arrepios,
Corroem a engrenagem já enferrujada
Que deixou de funcionar
Por faltar ali naquele espaço
O coração da amada...