Tempos, versos
O ritmo do tempo
Não tem o mesmo compasso
Das notas frias
Das tardes quentes
Dos Ipês em flor
Das lembranças daquele amor...
O ritmado constante
Não obstante em reviver as brasas já esquecidas
Faz ressurgir as dores das feridas
Que hibernavam n’alma
Floresce em buquês
Aqueles amores do velho burguês.
Nas laudas extensas da velha monografia
Um velho vento parafraseia um já falecido
Dizendo que de todos os amores
Um nunca fora de fato por ele esquecido
Dentre tantos que pelo coração
Já cansado passou
Aquele da tarde morena
Lutou, relutou
E ficou...
Com o apreço dos dias
Com a palidez dos lábios anêmicos
Sem a seiva insossa que corria nos canais venais
Esperava no ritmo lento do tempo
A beira do cais...
No bater das ondas Sinédrias
No bailar dos espasmos cardíacos
A epiderme dormente
Não esquece jamais do amor latente
Que um dia fizera arrepios percorrem
Este corpo inerte
Nas odes do velho burguês...