O AMOR DE JANAÍNA
Ondas quebram,
mas não destroem de todo a tua imagem.
Sereia, mergulho profundamente.
Mas não te encontro.
Em desespero ecoa meu canto.
Encanto.
Num canto.
Sozinha.
Lágrimas do meu amor
Emprestam seu sal ao mar – que era doce no início dos tempos.
E eu seco,
definho,
viro lenda.
Não importa.
Reencarnações depois,
você volta como marinheiro, pescador, surfista...
E então, o sal das minhas lágrimas te envolve por inteiro,
penetrando em sua pele e
mesclando-se à sua essência primeva.
E assim, a natureza prossegue
em ciclos e mitos
que dão seqüência aos amores
possíveis e impossíveis.
No mar e no mais...
Tudo é sal – saudade
que existe, apenas,
para gerar em seu ventre
poemas.
Goimar
Maresias
Litoral Norte de São Paulo
26/03/05