AMOR CIGANO

Mas agora insiste você,

Quebrando minhas convicções,

Invadindo minha alma com sua força nefanda.

Aí vem você reinventando-se em gestos e apreços,

Buscando afetos que já desconheço.

Nesse seu ir e vir cigano sem raízes,

Vai enrodilhando, brincando com minha sorte.

Sem norte, se espraia em qualquer praia

Onde haja sol e brisa amena e água de coco.

Mas logo parte e quando volta,

Quando volta, depois de partir,

Vem com sua rede,

Com seus cabelos ao vento,

Seu caminhar envolvente,

Sua boca vermelha,

Seu olhar esgazeado,

Seu vigor de amazona e me abate

Quando me encontra, como sempre,

Cheio de rotina e quarto escuro,

Cheirando a fumo e indolência.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 02/09/2012
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