Noites desmaiadas
Noites desmaiadas, luas e estrelas
sem brilho... sem luar... tristezas
onde antes cultivávamos flores
colhíamos sóis despercebidos
sementes de incertezas daninhas
entre os bem-me-queres
os mal-me-queres crescem
No jardim silencioso das palavras
as atitudes dignas de amar
fenecem sufocadas e esmaecidas
pétalas descoloridas caem no chão
entre folhas melancólicas e outonais
adormecidas sobre a terra fria
a espera do vazio sentimento invernal
Em ventos assim, como se me levassem
distante... e distante e além de mim
lugar onde o tempo para a moenda
e a vida não mais regressasse
as entranhas que se rasgaram no caminho
devolvendo aos dias pensamentos sem cores
espinhos e a vida cheia de dores
antecipadas que já anteveem a hora exata
da partida que não seduz a minh’alma tanto
e quanto o desenho perfeito que fiz
de ti... do teu olhar... dos teus lábios
dos teus cabelos negros... teu corpo nu
entre desejos... beijos e apelos
Procuro-te! Mas já não sei se te encontro
na brisa solta e sorrateira dos sonhos
que te roubam e te levam para longe
e os braços dos teus já não me alcançam
Hoje! Minha poesia não tinha o teu nome