Final de Tarde
Lá, pelo vale das dunas
D’onde o vento esculpe canções
Uma vela sobre a mesa ascende-se
Pintando na folha ainda crua
Um gosto mar cheio de amar, orar!
Indo de encontro à pauta
A nua palavra brilha lapidando o elemento,
O momento da rara providência
Cultuando a voz da solitude, o instante
Da pena de escrever entre os verbos do coração!
Retratada pela meia luz
As linhas ganham vida, tornam-se
Cálices viventes tatuando a bom bordo
Da estrofe uma centelha singular
Ao olhar da fé e do sentir vindo de dentro!
Enfim, o céu borda-se em lantejoulas
A Princesa das marés traz a magia,
O berço das escrituras folhadas na simplicidade
D'ouro da terra, da inquietude da aura
Dançando pelo sereno orvalhando o silêncio!
31/08/2012
Porto Alegre - RS