AMOR, PAIXÃO E MORTE
AMOR, PAIXÃO E MORTE
Pretextanto estar doente
Não via mais a luz do sol
Não estava de corpo febril
Sua alma é que ardia
Seus olhos lúgubres em paixão
Derramavam lágrimas em ardor
Mau agouro, sombria tez
Trovoadas... tempestades
Espasmos na carne, talvez
Sua alma fervia na madrugada
Sofria paixão e morte de amor
Amor febril que faz duvidar
Se vale a pena amar
Paixão que derrama lágrimas de dor
Morte que sustenta o fogo da paixão
Paixão que não cessa
Ao ceifar a face da vida
Morte que continua a busca...
Continua...e reza uma reza
Desfia mecanicamente uma oração
Ao deparar em mórbidos pensamentos
Se benze na cruz, um ósculo, pecadora
Cai de joelhos prostrada
É noite vazia...linhas negras no céu
Confirmando em oração a tácita suspeita
De amar sem ser amada
Já sabia, não queria crer...
A reza encheu-lhe o coração
Sentiu ímpetos de resitência
Natureza forte de seu falecido pai
Despertara-lhe na consciência
Arrancara-lhe o véu da negra noite
Lutara com fantasmas alucinados
Canalizara o fogo de sua alma
Como armas em lâminas afiadas
Não antes porém,
De causar profunda incisão
No enegrecido coração
Extraindo-lhe o amargor
Desprezos, sofrimento de amor
Que cavam a sepultura
De amor mal interpretado
Mal vivido, mal conduzido
De paixão com gosto de morte
De amor doente enterrado...
DIANA LIMA, SANTO ANDRÉ/SP, 28/07/2005