Avessos da Noite
De uma quinta,
Ali, erguida sobre as nuvens,
Rodeada de ramos e ramalhetes
Surgiu à voz, o tom esvoaçando
Lamentos dignos de um poetar solidão!
Como ave noturna,
Sinto o bater de suas asas
O conforto do silêncio sendo quebrado
Pelas manilhas do tempo, que no vento escreveu;
Quero amor do retrato ao orvalho da face!
Encouraçado pelo brilho da canção
Peço aos céus, quimeras, libélulas
Trazendo a primavera dos versos,
Dos pactos d’alma, de licores, cores
Para um ontem, para um hoje poesia!
Pela essência da lágrima
O amor em côncavos e convexos,
Tracejando o devaneio como único
Na pauta, na clave, no estreito, preito
Do seio ao doce eco do sentimento!
30/08/2012
Porto Alegre - RS