Eu não vejo...
eu não vejo...
as montanhas que escalo
apenas sinto os atrapalhos
falho e me calo
grito nos labirintos
escabrosos e empresto
o sol pra caminhar
quase só, no túnel maior.
eu não vejo...
os caminhos tortuosos
apenas sinto os espinhos
ando e falo com as rosas
coloridas tão formosas
perfumando o arco íris
quebrando o tempo e a dor
nas curvas sinuosas.
eu não vejo...
os maus pensamentos
apenas vivo o sofrimento
sonhando, chorando o momento
amo e arrisco cada dor
ouso atravessar a ponte
adentrar na fonte com calor
começo, meio e fim com amor.
Marisa de Medeiros