Tumba da Insônia

Debaixo das negras sombras despertas,

Vejo-te enfim perdendo o viço,

Levando-me junto ao seio que apertas,

Com teu olhar fúnebre e mortiço

Deitado nesta cripta dentre as visões,

Percebo tua alma desfalecendo,

Beijando meus lábios em contrações,

Aos poucos ela vai padecendo

Entre seus negros cabelos que serpeiam

Como as serpentes africanas,

As sombras plácidas assim nos rodeiam,

Sob a luz pálida que emanas!

Lentamente tua consciência se desmaia

Entorpecida pela morte prematura,

Cubro-a com a pureza de uma cambraia,

Antes de velar-te ante a sepultura!

Não morra meu anjo que Deus a tenha,

Na terra com lágrimas de piedade,

Minha tristeza será uma besta ferrenha

Que me aniquilará em saudade!

Levante da morte que o espírito gela

Tua luz de existência cintila,

Toda essa dor ao peito triste refrigera

Erga-se do caixão vampira...

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 30/08/2012
Código do texto: T3856145
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