= Coração inveterado =
Nas ruas, num vai e vem
Sua história procurava.
Amores
Desamores
Em preto e branco Ele via
e as cores Ele buscava.
Aos tantos enganos e desenganos
Apenas sorria.
Não era Ele tão velho
Mas quantas histórias trazia!
Chiquinha na esquina mora
Amou-a...
Nem ela mesma sabia!
Na casa amarela morava Maria
Quantas cartinhas trocadas
Olhares tímidos
Aflito, o coração fazia pulsar
Alem disso...
nada mais acontecia.
Na janela a Conceição...
Que susto, que decepção...
O tempo fora péssimo artista
Esculpiu-a sem piedade.
Nela, aumentou varias partes
Outras foram afinadas.
Na casa azul, Cássia...
Quanta saudade
Esta ali não mais estava.
Casou-se com marinheiro
Foi-se embora sem dizer nada.
Na casa antiga
Morava Isabel
Talvez tenha indo para o céu
Quantas serenatas em sua janela
Músicas românticas, ao som do velho violão.
Da garganta a voz tremida saia.
Quantos beijos pelas madrugadas
Ali mesmo, naquela velha janela
São lembranças de um coração envelhecido
Que fez trilha
Sofreu
Alegrou
Chegou bem perto da morte
Mas teve sorte
nunca deixou de amar.
Tonho Tavares