= Coração inveterado =

Nas ruas, num vai e vem

Sua história procurava.

Amores

Desamores

Em preto e branco Ele via

e as cores Ele buscava.

Aos tantos enganos e desenganos

Apenas sorria.

Não era Ele tão velho

Mas quantas histórias trazia!

Chiquinha na esquina mora

Amou-a...

Nem ela mesma sabia!

Na casa amarela morava Maria

Quantas cartinhas trocadas

Olhares tímidos

Aflito, o coração fazia pulsar

Alem disso...

nada mais acontecia.

Na janela a Conceição...

Que susto, que decepção...

O tempo fora péssimo artista

Esculpiu-a sem piedade.

Nela, aumentou varias partes

Outras foram afinadas.

Na casa azul, Cássia...

Quanta saudade

Esta ali não mais estava.

Casou-se com marinheiro

Foi-se embora sem dizer nada.

Na casa antiga

Morava Isabel

Talvez tenha indo para o céu

Quantas serenatas em sua janela

Músicas românticas, ao som do velho violão.

Da garganta a voz tremida saia.

Quantos beijos pelas madrugadas

Ali mesmo, naquela velha janela

São lembranças de um coração envelhecido

Que fez trilha

Sofreu

Alegrou

Chegou bem perto da morte

Mas teve sorte

nunca deixou de amar.

Tonho Tavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 28/08/2012
Reeditado em 07/09/2012
Código do texto: T3853659
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