Moedas de solidão
Diga-me a verdade menina!
Tu que andas
Tão despreocupada
Pelo mundo a brincar
Tendo nos pés o perfume
Das rosas que encontras
Espalhadas pelos campos
Pelos quais vais a caminhar;
Não sabes a razão
De nunca te haverem ferido
A ponta dos espinhos?!
Pois, embora seja tarde!
Eu te digo a verdade,
Uma a uma
Era eu quem as colhia!
E se hoje
Tenho nas mãos
O sinal de feridas
É porque as feri
Quando Delas arrancava
Suas pontas afiadas.
E sempre foi assim!
Eu te amando
Sempre a te proteger
Enquanto a sonhar
Sem nada perceber
Pela vida ias indo
Sem nunca me amar.
E agora
Que a vida me cobra
Os sonhos a minha mocidade
Não tenho de saldo
Nenhuma ilusão
E por reconhecimento
Tenho por recompensa
Moedas de solidão.