DESFEITO
Desande mas intime a segurança
faça dos teus olhos
uma convergente para aos meus.
Reflita frente ao espelho
e se meu desejo basta
juro que caso.
Se ouço o som das tuas passadas
para mim, o dia se faz festivo.
Se por acaso não te sinto por perto,
tudo se dilui no meu sentido.
Inseguro tenho medo
de me apurar e me perder em ti.
O novo, sempre se desfaz no confuso.
Não permita que eu deixe
de admirar o jacinto em flor,
ficar triste e prantear nas tuas costas
as mil histórias inventadas sem motivo.
Se um dia eu passar por tolo,
apenas para conservar teu eu em mim,
me desfaça sentinela do teu encanto.
Não permita mais que eu
transforme o desejo em trovoada,
tua presença em furacão
e o meu querer amar em brisa.
Tuas pegadas ao passar ao largo
me faz existir na água do mar,
e se não houver areia... Eu invento.
Não havendo
não existir motivos para brincar
e fazer o homem de croquete
nem areia de cobertor.
Mas se houver
um pingo de sentimento
deixe rolar o empanado
porque vou ser teu par.
Ah!
Quando chegar em casa,
não se esqueça
aconchegue-se no melhor dos meus cantos
e se desmanche nos abraços
das mangas de meu agasalho...
Assim sendo
retorno a ter minha mente,
pura e com vontade de ter você.