CONCRETO
Afirmo para os que já se foram,
Sou eu, o réu sem sentença,
que confirma ter sido amado no feitiço.
Encantado, vejo-a se tornar brilhante
num lúdico sorriso do seu espreguiçar
pós decreto assinado.
Imagina!
Logo eu!
Eu, o desatinado comparsa
dos decadentes amadores, declino.
Agradeço à Horus por olhar por mim
Oro pelo poder do me despertar
e do sintoma histérico convertido
em uma alegoria carnavalesca.
No emaranhado do enigma
tento me entender e desamparado
por haver delirado
antes do início do sono descolorido,
opto por presentear um ponto final.
Dou um fim a trama,
levanto, desligo o telefone,
deixo meus problemas de lado
ligo a TV e vejo o mesmo filme de terror.