Infância
Sabe quando éramos criança?
Hoje me veio a lembrança,
No terreiro com cerca meio caidinha,
Tentava sempre lhe ver pela gretinha.
Talvez, hoje crescida você não se lembre,
Mas eu fecho os olhos e vejo,
Foi na beirada da mesma cerca,
A primeira escalada para lhe roubar um beijo.
Na inocência infantil, não houve maldade,
Não teve segunda intenção,
Pra me dizer pegador,
Ou papel de machão!
Um beijo apenas, mas que ficou guardado
A sete chaves no meu secreto e profundo sentimento,
Momentaneamente separados pela distância,
Pagaria caro, para viver de novo este momento.
Ahhhh, quanto tempo!
Já idos, que não mais voltam,
Se me pedisse,
Não subiria mais a cerca, quebro qualquer prisão,
Pra ganhar outro beijo e levar junto seu coração.
Veja como é engraçada a vida,
Damos voltas imensas e não saímos do lugar
Principalmente em se tratando
De um sentimento estranho que é amar...
E não entenda como devaneio,
Hoje lhe vejo mulher,
Talvez já vivida, quem sabe?
Sei somente que no meu peito,
Uma fresta de esperança se abre.
Pode não haver reciprocidade,
Também hoje tenho mais idade,
Entendo que nem tudo o que quero, tenho.
Lido com isto com maturidade