Fantasmas dos olhos

Poetas vem

Poetas vão

Muitos não sabem

O que são

Nem onde estão

Desconhecem o chão onde pisam

Invadem o céu em pensamento

E se iludem facilmente

Enquanto são devorados

Por ervas daninhas

No meio das ferragens das estradas

Sangram como todos os animais

Enquanto o mundo racional

Apaga suas hesitantes pegadas

Poetas chegam

Poetas partem

Pouco deixam

Além de emoções e palavras

Flores que se abrem

E depois murcham

Mas jamais carecem

De sorrisos e lágrimas

Vão-se os corações flechados

Por armas de caça

Vão-se os primeiros amores

Feridos por balas perdidas

O último passo de um homem

Não importa a decisão

Ou a direção tomada

Sempre é um passo em falso

A megacidade esconde os destinos

Antropofágica e procrastinadora

Desmembra a todos

E cobre tudo de cinzas

carlos assis
Enviado por carlos assis em 23/08/2012
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