O DESTINO
Clara da Costa
O destino brincando de esconde-esconde,
um dia nos ensinou, por ironia,
a dizer adeus, no cantar da melodia de despedida,
naquele momento carregado de intensa melancolia.
Você olhou nos meus olhos,
se virou e... foi embora!
O tempo nos separou, fez o seu papel
mandou-nos para lugares distantes
deixando na alma sonhos tatuados de fel,
num enredo tresloucado e desconhecido.
Tentei esconder-me da tristeza,
perfurei a alma, abraçada com a solidão,
voei ao lado do beija-flor, procurando um lugar onde não houvesse saudade,
sorri solitária entre a multidão.
Tantos caminhos percorridos,
mas as lembranças continuam a bailar na mente...
teu olhar a dançar sobre o meu,
meu corpo a dançar sobre o teu.
A distância dói,
mas não separa sentimentos
nem apaga inesquecíveis momentos.
O destino continua nesse frenesi, sempre brincando,
apesar da distância, ainda nos inebriando,
com esse desvelado sentimento que nunca se perdeu na poeira do tempo.