Amor doentio.
Queres um poema?
Dou-te um beijo, sem problemas!
O que queres mais?
Tudo posso te dar...
Queres meu amor?
Ah, esse te entrego sem pestanejar.
Mas te digo, como num contrato,
Que não aceito devolução,
Aqui não há distrato,
Nem possibilidade de anulação.
Meu amor, depois de entregue,
Vincula os dois amantes numa relação,
Que não é jurídica, não se negue,
Mas possui a sua sanção.
O ato solene de entrega
Deste amor em devaneio,
Só pode ocorrer em dada situação,
Dispensadas as testemunhas e sem maiores enleios,
Abre-se o peito em convulsão,
Você abre o seu, completando o enredo,
Concretizando a união,
Que não tem os céus como testemunha
Nem o sagrado como sacristão.
Se não te interessas nesta eterna conjunção
Não me peça poemas, como no início desta redação,
Ficarás sem os beijos e não prometerei meu coração,
Deixarás de usufruir deste amor pouco casto
Que te apresento em conclusão.