Calar o perfume da distância e provar o impreciso...
Se não interpretar o amor entre nós dois...
vou me silenciar com o tempo.
Ou o tempo vai me calar?
Se não respirar o amor ao sentir seu cheiro...
vou perder o olfato com o tempo.
Ou o tempo vai me perfumar?
Se não desejar o amor ao chegar perto de você...
vou me distanciar com o tempo.
Ou o tempo vai distanciar?
Me calo no perfume da distância,
me distancio e me calo sem perfume no ar...
Perfume louco, calado de ignorância...
triste, pouco pra me sustentar...
Eu preciso dizer que não preciso provar nada?
Nada prova o que é preciso.
Preciso é a imprecisão de te amar,
mas eu preciso, sem precisar.
Provo a cada vez que te provar signifique mais que gerar provas...
provo sem precisar, mas preciso provar precisamente
cada gosto indecente,
para provar que eu preciso
viver te provando.
Provando, assim, que eu preciso,
apesar de ser impreciso,
te amar...
ainda que o tempo insista,
ainda que tempo me cale,
da prova não desista...
porque te provar ainda vale.