Na Noite Fria Sem Você
No frio da madrugada quantos olhos passam por aqui?
Acho que nenhum só meus olhos curiosos...
E quem faz companhia nesta noite fria além do frio do tempo e da ausência de alguém?
Ingrato cobertor, ingrata cama solteira que me faz deitar só...
E não há cobertor que cure o frio sem aconchego de outro corpo
E não há edredom ou travesseiro de plumas que se aproxime do aconchego que é estar nos braços de um alguém, seja lá quem...
Que obviamente preferia a melhor opção, mas que como adulto sabe que as vezes é sim, ou as vezes não, o querer, o poder, o dever...
Mas que quando adulto aperta o peito, segura a emoção, guarda e reclama consigo mesmo, o infortúnio da solidão noturna, ainda que quisesse eliminá-la e soubesse como, o dia não permite a obrigação segura aqui, por hoje, por uma hora, por mais algum tempo...
Espera então um momento, que sejam horas, dias, semanas ou meses, talvez anos por algo tão simples, algo tão sutil
A simplicidade da companhia bem quista, bem vinda...
Da voz que tua mente recorda cada timbre que nos ouvidos que sente mesmo no silêncio, do rosto que mesmo apagando as luzes não apaga da mente, então vai dormir...
E aperta o cobertor bem apertado, de braços entrelaçados com olhos fechados, para minimamente sentir ainda que pobre a impressão de estar embraçado a aquele que chama de amor e sente falta...