Sensoriais

Já não é sonho o que na realidade assaz me cutuca

E me torna andarilho das madrugadas o pensamento,

Sob as vestes aveludadas da nostalgia me atormento

Ao oscular tua moldura em minha fantasia de açúcar.

Teu semblante me conquista diante do espelho da solidão

E me faz caminhar pelas ruas de uma saudade sem nome,

Nas areias de um deserto insosso uma vontade me consome

Que é rasgar no tempo as intempéries da imaginação.

Sem teu retrato fico incólume e perdido das reminiscências

E ao aspirar as flores que orvalham minha consciência

Teu perfume se esvai pelos subterrâneos da infecundidade...

Com tua fotografia alimento minh’alma e não morro de inanição,

A sede de te amar é o alicerce que vivifica meu coração

Que trota em descompasso à espera de tua reciprocidade!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 20/08/2012
Código do texto: T3840646
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