As costas

Rompeu-se assim à barreira do tempo

Enquanto o branco do quarto combina com a pele tua

O tempo congelado não tem e não existe,

Porque te olha pelo infinito tramite dos meus olhos apaixonados

Na curvatura das costas o meu delírio

Delineando, contornando suas marcas aqui dentro

Quanta beleza posta na cama

Quanta delicadeza posta na alma

E ama

Ama com tal beleza

Beleza essa tomada pela minha boca

Do beijo ao mel que escorre pelas pernas

Matando a sede de adornar teu corpo

Com as minhas mãos tão pouco castas

Eis-me no teu compasso ritmado

A invadir teu corpo com vontade

E a cidade lá fora surda,

A não ouvir os gemidos que arranham as paredes e as costas

Tenho sede, e tomo do teu corpo

Beijo, vontade e saliva

Língua, mãos e pernas,

E o torpor que me causa tuas costas

Na janela, inebriado frio que assola tua pele branca e fina

Rompendo os pêlos ouriçados pelo vento que de leve te beija a pele

Não resisto, sem antes beijar-te costas e nuca,

Sem antes contar cada sinal, pinta, e curva.

Sem tocar-te deslizando de leve meus dedos

Enquanto brinco de ser feliz quando arrepia a nuca.

Sou criança que ganha brinquedo novo

Que sem receio e medo, brinda com vida a felicidade plena

Por tuas costas percorro o Mundo

Mapas, Oceanos, Povos e Países

Raízes suas cravadas no meu peito de terra fértil semeada

Com a beleza das tuas estrofes,

Em letras gregas nas suas costas torneadas

Belo par de olhos verdes

Minha menina, minha pequena

Que de sede e vontade de ti, me mata.

Amanheça no meu abraço e te peço

Toma-me pra si em seus braços

Padeça de amor comigo na cama

Brinque de sorrir apoiada em meu peito

E me ama, ama e ama.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 20/08/2012
Reeditado em 05/02/2013
Código do texto: T3839535
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