As costas
Rompeu-se assim à barreira do tempo
Enquanto o branco do quarto combina com a pele tua
O tempo congelado não tem e não existe,
Porque te olha pelo infinito tramite dos meus olhos apaixonados
Na curvatura das costas o meu delírio
Delineando, contornando suas marcas aqui dentro
Quanta beleza posta na cama
Quanta delicadeza posta na alma
E ama
Ama com tal beleza
Beleza essa tomada pela minha boca
Do beijo ao mel que escorre pelas pernas
Matando a sede de adornar teu corpo
Com as minhas mãos tão pouco castas
Eis-me no teu compasso ritmado
A invadir teu corpo com vontade
E a cidade lá fora surda,
A não ouvir os gemidos que arranham as paredes e as costas
Tenho sede, e tomo do teu corpo
Beijo, vontade e saliva
Língua, mãos e pernas,
E o torpor que me causa tuas costas
Na janela, inebriado frio que assola tua pele branca e fina
Rompendo os pêlos ouriçados pelo vento que de leve te beija a pele
Não resisto, sem antes beijar-te costas e nuca,
Sem antes contar cada sinal, pinta, e curva.
Sem tocar-te deslizando de leve meus dedos
Enquanto brinco de ser feliz quando arrepia a nuca.
Sou criança que ganha brinquedo novo
Que sem receio e medo, brinda com vida a felicidade plena
Por tuas costas percorro o Mundo
Mapas, Oceanos, Povos e Países
Raízes suas cravadas no meu peito de terra fértil semeada
Com a beleza das tuas estrofes,
Em letras gregas nas suas costas torneadas
Belo par de olhos verdes
Minha menina, minha pequena
Que de sede e vontade de ti, me mata.
Amanheça no meu abraço e te peço
Toma-me pra si em seus braços
Padeça de amor comigo na cama
Brinque de sorrir apoiada em meu peito
E me ama, ama e ama.