DOR MUDA
Dói de amor meu coração que não te pode amar
Doido de vontade de gritar, mudo pela força dessa imposição
Que se contorce ao som de uma canção que vem tua feição lhe relembrar
Que até no além queria estar se lá pudesse conquistar tua paixão!
Ferido e iludido por um gesto teu que não faz jus à sua interpretação
Posto que a miragem da ilusão não vence a resposta da indiferença
Matando a crença e asfixiando a mentira da verdade em ação
Tirando o ar da imaginação, cujos pulmões são da razão sua demência!
Morro todos os dias após minúsculos segundos em que por ti sou visto
Qual ínfimo cisto errante no universo passo a sentir que novamente sou
Pois quando teu silêncio me falou que em teu pensar nem sou rabisco
Eu me confisco para voltar ao mesmo e antigo sonho que te desenhou!
No qual queria ser eterno cidadão e um viajante a caminhar
Podendo correr, gritar, falar e inclusive desfrutar desse absurdo
Queria ter acesso ao tudo que teu nada achou por bem me sonegar
Queria apenas te amar e ver meu coração a festejar, em vez de mudo!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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