Poema 0971 - O vento e a saudade
Colho seu perfume no vento,
quando passa rasteiro
deixa seu recado,
beija meu rosto
depois fala amor.
Quando volta, leva a saudade,
refresca a pele,
voa até o céu que a abriga,
canta uma música na varanda,
faz com que ela dança pra mim.
Vem vento, volta mais tarde,
traz noticias do meu amor,
vem rápido,
rodopia no seu pé
e fala como ela está.
A saudade é como tempestade
que molha os olhos,
cora o rosto na frente
que nem vento seca,
dor que nem rodamoinho alivia.
Amanhã estou mais velho
como vento de ontem,
os gritos passaram sem ouvir,
ninguém sopra um carinho,
e a paixão fica impotente.
Vento leva minha saudade
e diz pra ela que estou morrendo,
não de doença do corpo,
nem de moléstia do mundo,
estou pregado no chão de tanto amor.
16/02/2007