Tortura

Sigo a torturar-me...

Admirando seu sorriso,

Revivendo o sabor de seu hálito

Negando o luto anunciado

Arrastando uma bola de ferro

Que vai presa ao coração.

E seu sorriso está ali

Virtualmente estampado,

Mas sei que não o faz por mim.

E quais grilhões prendem meu olhar?

Será necessária a máscara da infâmia

para dirimir o impulso de, repetidamente,

me declarar?

O tempo nunca devia ser de.

Sofrer, chorar, ilusão, incerteza

Mas o que fazer?

O tempo não é, o coração deseja!