Enquanto se espera a primavera!
"Sempre que retorno,
tenho a impressão de que deveria te perseguir em descaminhos,
fazer minhas contas com a ajuda dos teus dedos.
Se entenderes errado,
podemos contar os dias sem usar os traços.
Começando por esta noite:
Noite a menos que somamos
enquanto se espera a primavera, em ordem alfabética,
sem deixar para a próxima noite,
ou tudo para trás,
me vendo criança que chora,
inventando precipícios para segurar a tua mão
e clarear meus sentimentos,
cativando e minando qualquer prazer,
doce ou amargo,
que nos traga esperança,
desarmando a nossa memória
e usando o veneno do bom senso,
enquanto todos tentam nos entender,
rezando para poderem viver o que se lê.”