Mágoas Atrozes, Suspiros de Dor

Momentos ausentes e alienados que invadem universos

Demência de avassaladora consternação

Escuridão lacada de negro e desilusão

Com mesclas de cinzento perdido na irís de um olhar

Cuja emoção é a louca quimera perdida no obscuro

Chave que roda numa só direcção

Fechando espaços e cortando saídas

Esquecendo abrigos outrora consolos de amor

Onde o coração era mais do que a lacrimejante pulsação do entardecer

Horror, descrença e desilusão

Osmose extrinseca do corpo para o ser

Esvaindo segmentos em silabas de dor

Agonias de tortuosa apatia

Escancarando portões fechados pelo tempo

Com o cadeado engenhoso do desencantamento

Tal qual arco do triunfo alheio

Que a mente guarda em cortinas esvoaçantes

De folhos e rendas antigas de amor

Ao compasso de versos e estrofes

Perdidas no beijo da boca

Na textura suave e dócil dos lábios

O calor sensível e apaziguador do abraço

O cheiro mágico e apetecível que exala do corpo

Quando a proximidade se entrega ao sonho

E o olfacto é a única forma inverosímel de alcançar

O carinho e o sentimento ostraçado nas lamúrias

Que as estrelas afagam em prestações carentes

Enquanto as mãos se agilizam freneticamente

E o desejo consome a vontade de saltar

Na direcção do abismo, rumo à alucinação

Para que a maciez da pele não seja a lembrança

Mas a certeza que os corpos se fundem e permanecem

No harmonioso balanço do amor

Tal qual o vento embala as flores a cada inspiração

Mágoas atrozes, suspiros de dor ...

Sonya
Enviado por Sonya em 16/02/2007
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T383412
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