Mágoas Atrozes, Suspiros de Dor
Momentos ausentes e alienados que invadem universos
Demência de avassaladora consternação
Escuridão lacada de negro e desilusão
Com mesclas de cinzento perdido na irís de um olhar
Cuja emoção é a louca quimera perdida no obscuro
Chave que roda numa só direcção
Fechando espaços e cortando saídas
Esquecendo abrigos outrora consolos de amor
Onde o coração era mais do que a lacrimejante pulsação do entardecer
Horror, descrença e desilusão
Osmose extrinseca do corpo para o ser
Esvaindo segmentos em silabas de dor
Agonias de tortuosa apatia
Escancarando portões fechados pelo tempo
Com o cadeado engenhoso do desencantamento
Tal qual arco do triunfo alheio
Que a mente guarda em cortinas esvoaçantes
De folhos e rendas antigas de amor
Ao compasso de versos e estrofes
Perdidas no beijo da boca
Na textura suave e dócil dos lábios
O calor sensível e apaziguador do abraço
O cheiro mágico e apetecível que exala do corpo
Quando a proximidade se entrega ao sonho
E o olfacto é a única forma inverosímel de alcançar
O carinho e o sentimento ostraçado nas lamúrias
Que as estrelas afagam em prestações carentes
Enquanto as mãos se agilizam freneticamente
E o desejo consome a vontade de saltar
Na direcção do abismo, rumo à alucinação
Para que a maciez da pele não seja a lembrança
Mas a certeza que os corpos se fundem e permanecem
No harmonioso balanço do amor
Tal qual o vento embala as flores a cada inspiração
Mágoas atrozes, suspiros de dor ...