Na Madrugada
Despede-se o dia, com roupagem de aurora
Sem surpresas, escurece a noite
Anunciando a madrugada, quando choram os poetas
Antes que a primeira palavra caia no papel
Antes que os olhares se percam na amplidão
Antes que ganhem vida as palavras vãs
Que a ansiedade fale mais alto que o amor
E o desejo seja mais forte que a música do coração
Antes que soem os sinos da consciência
Chamando à realidade
Antes que tempo e espaço sejam esquecidos
Pois existe busca
E a ansiedade sufoca a capacidade de esperar
Na madrugada, um fio de claridade corta o céu
Desmanchando-se no azul, colorindo as copas
Límpida, tremeluzindo como cristal...
É dia novamente.
Que terminem por fim as saudades
O silêncio contido nas entrelinhas
Que nos envolva a esperança
Num círculo de emoções
Como fogos de artifícios, espoquem
Em tênues tons de azul
A ansia louca de dizer... te amo