Amor que dói

Como um bandeirante, o seu olhar

entrou nas minhas matas e pântanos

desbravando cada metro,explorando cada nanometro;

e me perseguiu com suas pesadíssimas e bem polidas botas;

lugar este, já desgastado pelas inumeras batalhas,

de solo impuro;

deserto. vázio. abandonado.

quantas vezes vim aqui apaixonado

e deitei-me sobre esta infecta terra?

me afundei nela, e me fundi com a superfície .

senti as raízes.. estas sim me abraçavam,

quando os outros ignoravam

este homem incompreendido!

Cansado enfim me entrego;

vem moça, com sua sombria alma:

dá novecentas chibatadas neste canalha

que mais uma vez em ti confia.

Luiz Felipe Dellosso
Enviado por Luiz Felipe Dellosso em 15/08/2012
Reeditado em 15/08/2012
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