Amor árabe

O amor-resposta se perde no silêncio de vírgulas

O amor-solavanco se perde na inércia dos pupilos

Mas afinal, o que é o amor?

Será que uma coisa ou um achado?

Um sentimento, um pensamento ou vertigem.

Os árabes perguntam aos desertos,

O que são miragens?... e,

Eles respondem em formas multifacetadas

Em areia, em sal,

em sol e camelos...

Mas em toda miragem há o luxo da água

O frescor da brisa inexistente

O hálito de quem se alimenta apenas de poesia

Ou será lirismo?

Assim é o amor

Complexo, semântico e interpretativo...

Amamos tudo e ao mesmo tempo nada.

Apegamo-nos aos hábitos e aos olhos

Mas sobretudo as nossas necessidades.

O amor é uma retórica dos hormônios

E o silêncio é um discurso do observador.

Os fonemas corrompem o silêncio.

Os amores corrompem a vida.

Pois é... a corrupção é o início e o fim de tudo.

Assim é o amor...

Nascemos amados e vamos amar um dia...

Não nascemos amados e

Talvez o amor seja tão asséptico quanto

uma garrafa de álcool

Vicia, anestesia

mas o torpor passa.

O amor é uma tenda no

deserto... ela arma e

desarma as almas humanas.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/08/2012
Reeditado em 12/03/2018
Código do texto: T3831143
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