Amor árabe
O amor-resposta se perde no silêncio de vírgulas
O amor-solavanco se perde na inércia dos pupilos
Mas afinal, o que é o amor?
Será que uma coisa ou um achado?
Um sentimento, um pensamento ou vertigem.
Os árabes perguntam aos desertos,
O que são miragens?... e,
Eles respondem em formas multifacetadas
Em areia, em sal,
em sol e camelos...
Mas em toda miragem há o luxo da água
O frescor da brisa inexistente
O hálito de quem se alimenta apenas de poesia
Ou será lirismo?
Assim é o amor
Complexo, semântico e interpretativo...
Amamos tudo e ao mesmo tempo nada.
Apegamo-nos aos hábitos e aos olhos
Mas sobretudo as nossas necessidades.
O amor é uma retórica dos hormônios
E o silêncio é um discurso do observador.
Os fonemas corrompem o silêncio.
Os amores corrompem a vida.
Pois é... a corrupção é o início e o fim de tudo.
Assim é o amor...
Nascemos amados e vamos amar um dia...
Não nascemos amados e
Talvez o amor seja tão asséptico quanto
uma garrafa de álcool
Vicia, anestesia
mas o torpor passa.
O amor é uma tenda no
deserto... ela arma e
desarma as almas humanas.