PECANDO ENQUANTO AMANDO
Pequei, bem sei, porque te amo!
Quisera o desengano diagnosticar-me de ti imunizado
Mas eis-me aqui prostrado, doente, moribundo, insano
Para mim mesmo ensaiando o que faria estando agora ao teu lado!
Queria mergulhar em negro mar de teus cabelos perfumados
Que todos os teus milímetros fossem quilometrados por meus beijos
Que essa tsunami de desejos fossem recíprocos afagos
Que os obstáculos amargos virassem tâmaras em doces lampejos!
De um modo irracional que fosse, trapacear com a concretude
E ter acesso ao açude caramelado de tua face alva e porcelana
Inflar o fogo que me inflama nas lenhas do pesadelo que me ilude
Ver o adeus do dia rude e me embrenhar na tarde que me engana!
Um pecador repleto de amor nos poros mudos clandestinos
Com utopias e fascínios, sonhando ultrapassar esse impossível
Correndo em carrossel irreversível, ouvindo em teu olhar o som de sinos
Rumando nos destinos desse pecado ignorado e invencível!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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