Réu confesso

Confesso-te

Que vez em quando

Lembro

Em demasia

do nosso excesso

de amor...

confesso

também que por outro lado

esqueço-te

como se a primazia

nunca tivesse acontecido

entre nós dois

como se esse clima de horror

fosse o clima vigente

depois do tanta doçura...

depois de tanto calor

confesso

também que por outro lado

esqueço-te

como se a fantasia

jamais tivesse nos concebido

tamanho esplendor

entre nossas almas

que por instinto

ainda querem

e clamam

por este sabor

confesso-te

que vez em quando

vejo nas ruas

as pernas tuas

e sorrio vadio

sozinho sem explicação

confesso

também que vou vivendo muito bem

sem teus desvarios

adereços e alegorias

e que até esqueço

que minha felicidade

já teve em seu endereço

a mais doce moradia...

e que até esqueço

que um dia já fui preso

já cometi loucuras

para viver contigo

muitas alegrias...

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 14/08/2012
Reeditado em 14/08/2012
Código do texto: T3829883
Classificação de conteúdo: seguro