Deslumbrada

Deslumbra-me perceber-te na ausência,
no silêncio estelar do pensamento,
quando te calas e tuas palavras não ditas
invadem a mente e florescem-me jasmins...
 
Deslumbra-me quando estás ou não,
nesse tudo e nada fulgurante de nós,
co'a mesura de uma folha branca de papel
a espera das ardências dos nossos sonhos...
 
Deslumbra-me senti-lo nas vírgulas,
nos espaços e reticências em que te respiro...
tua não presença se faz sobremaneira presente,
és facho desmedido penetrando-me a derme...
 
Deslumbra-me estares nas pontas d'meus dedos,
acendendo o lume do querer na estrela d'meu pensar,
quando n'um átimo litúrgico procuro-te
na inocência de mi'as cristalinas lágrimas...
 
E te sorrio, deslumbrada... por saber-te presente em minh'alma...

 
 

 

Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 14/08/2012
Reeditado em 19/08/2012
Código do texto: T3829876
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