Transamor

O que seria das flores

Se não houvesse o sol?

Com o seu raio rente,

Sol, esse luar quente.

Sem todas essas cores

De flores e odores,

De que seria o meu amor?

Talvez do vento,

Ou das palavras loucas que se perdem sem nexo;

Mas, o meu amor,

É tudo isso que rola pelas paragens

E pelas brisas e aragens

Ele se faz por sorrisos de coração

Com brilhos transcendentais

E é pequenininho do tamanho do jeito da palma da mão.

Ah, e o que seria de mim,

Se não houvesse as flores, os erros, as cores

e os destemores.

Pois não, os amores?

Sim, essas coisas transparentemente tresloucadas,

Que não cabem em corações de mentes desmioladas.

Se não fosse pela luz do amor (o meu),

Eu levaria para sempre,

Certas coisas que podem ser repartidas

E preparadas por todos.

Amor, essa forma descabida,

Simplesmente estranha, gostosa, melancólica,

E às vezes dura,

Dura de não se flexionar a um pouco de cada pouco.

Amor, ato nobre de se transperder...

Amor, ato nobre,

Amor, ato,

Amor

Amor, simplesmente amor.

23/7/83 02h13minhs.